Autor: Douglas Silva
Ainda existe um caminho muito árduo a ser percorrido pela psicologia para alcançar a aceitação merecida entre as classes sociais, na qual em pleno século XXI ainda existe diante do senso comum grande banalização de quem procura pelo trabalho de um psicólogo.
Há entre o senso comum a seguinte afirmativa “não vou ao psicólogo eu não estou louco”. Tal rótulo deveria ser extinto, pois serve apenas para desqualificar quem realmente procura ajuda para resolver suas dificuldades sejam de ordem emocional, problemas mentais e/ou outros tantos fatores que contribuem para o individuo adoecer.
Na verdade ir à terapia ainda nos dias de hoje é visto por parte da sociedade como sendo algo aversivo, na qual para aqueles que realmente reconhecem a importância da ajuda psicológica geralmente lhes é apontado o dedo na tentativa de desqualificar tal necessidade. Acontece que a sociedade ainda vive em função de uma falsa sensação alegórica que camufla uma invulnerabilidade em relação aos problemas psicológicos existente.
As dificuldades emocionais são geralmente pouco acolhidas pelas pessoas que enxergam como sendo um sinal de fraqueza; admitir a necessidade de procurar ajuda de um profissional da saúde mental é reconhecer que não somos super-homens, além do mais ainda existe o estigma citado a cima “não estou louco”. Há também relutância em admitir que assim como necessitamos buscar outros profissionais para cuidar da nossa saúde, também necessitamos trabalhar nossos sentimentos como angústia, ansiedades, frustrações, medos, entre outros.
Talvez encarar os problemas de perto não seja tão fácil como tomar um comprimido. Isso fica evidente quando observamos uma sociedade que busca as soluções rápidas para justificar quase sempre a busca por uma pílula inexistente da felicidade.
Reconhecer que a dor interna à qual ainda não sabemos classificar é um desafio que pode ser a chave para transformarmos nossa busca pela pílula da felicidade em algo que nos auxiliem a amenizar nossos sofrimentos.
Produzir pensamentos positivos, encarar nossos medos, lutar contra nossos próprios preconceitos e admitir a nossa necessidade em gerenciar nossos sentimentos é fundamental para que possamos dar menos importância para os rótulos. Portanto, vou ao psicólogo porque preciso colocar meus pensamentos em ordem, gerir minhas emoções e aprender a viver melhor. Vou porque me faz sentir bem, porque me ajuda a adquirir recursos para enfrentar a vida e buscar o bem-estar.
Vou para o psicólogo porque necessito encontrar um sentido para a minha vida; vou para que ele possa me ajudar a reconhecer que sou mais forte do que hoje reconheço ser. Sendo assim, não há nada de errado em fazer terapia, muito pelo contrario, permitir que um profissional te ajude a desatar os seus nós mais íntimos é demonstração de muita coragem em dar um passo contrario ao que é quase sempre atribuído de forma negativa pela sociedade.