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Douglas Silva

Autor: Douglas Silva

Nunca imaginei que Deus tivesse Nome

2/6/2018 - Ribeirão Preto - SP

Certa noite, estava sentado à beira-mar contemplando a lua a banhar meus olhos, que refletia cada gota que, de tão sublime, dava vida à imensidão das águas, confundindo com as lágrimas, as quais persistiam em brotar nos olhos do poeta, o qual deixava se emocionar ao compor nas areias utópicas do coração mais um verso.
Nesse instante, pude notar que nasceria a verdadeira história de amor, que agora em versos poderá trazer a todos os cegos a oportunidade de contemplar nas linhas poéticas de cada passagem, a única maneira de vencer as dificuldades, que é encontrar no amor que vem de Deus a força para os obstáculos ultrapassar, e, a cada momento, um momento terno para fazer das lágrimas do martírio, lágrimas que se tornem a verdadeira fonte de salvação para cada um nós.
Uma mulher então se aproximou e disse ao poeta essas palavras, depois de ler uma passagem da Bíblia: “Será que isso tudo faz sentido? Acreditar em um mundo prometido, não seria mais fácil e prático se tudo fosse como é dito?” Responde-lhe o poeta: “Seria sim tudo bonito, se tudo que fosse dito não apenas estivesse escrito nas linhas traçadas pelo destino de cada homem, que ali pode pôr os olhos, bendito sem saber como teria que ser feito para usar as palavras ali descritas para fazer do bem maldito uma forma de escrever na linha do infinito um mundo de amor a cada criatura imunda, que não consegue proferir uma palavra de conforto ao doente de alma ali esquecido.
Foi ai que surge mais uma questão no coração indagador do homem, que não sabe guardar rancor quando suas palavras não entendidas são jogadas fora sem nenhum pudor. O que será do homem sem fé diante do homem que diz de boca cheia de egoísmo que seu lugar é ao lado da casa, que próximos aos seus pés ditam as regras da imagem que revela o papel fundamental para crer na fé dos seus próprios ideais?”A mulher que antes duvidava de tudo, confusa, ao poeta novamente decidiu então recorrer, mas será tão sábio o poeta para resposta a mulher oferecer?
Embora o livro ensine que tu deves amar ao outro como a ti mesmo,nunca o poeta leu um livro que falasse de amor e ensinasse todos como viver, a mulher persistente olhou para o céu e, suspirando ao poeta, pôs –se a dizer: “Tu, que criastes as mais belas rimas, poderás um dia a mim compreender?” Sem saber o que dizer, o poeta entregou seus versos à mulher que queria o mundo conhecer, e os olhos escuros esses versos pôde ler:
Com Deus
A morte é vida;
A fé é uma necessidade;
O martírio é recompensa;
A ferida é o recomeço;
A dor é alívio;
A angústia é calmaria;
O silêncio é comunhão;
A ira é paciência;
O rancor é inocência;
A inconveniência é delicadeza;
O cansaço é renovação;
As contradições são tolerâncias;
A fraqueza é vitória;
A guerra é humildade;
O amor é Deus...
Viver pelo caminho, para sempre louvar-te, aumenta-nos a fé e nos faz manancial para que em seus rios, Senhor, possamos distribuir nossa vida no amor vivo, derrubando as barreiras em nossos corações.
No final da última palavra, onde o amor vivo foi presenciado pelos olhos que estremeciam ao ler aquele magnífico verso, a mulher, que antes dúvidas sentia em seu coração, começou as respostas encontrar.
Pegou levemente no papel que contém o amor descrito em verso e, com o olhar despido, disse: “Confesso que, hoje, o coração que chorava sentiu a alma clamar pelo amor de Deus.”
E aos prantos ela gritou: “Eu nunca imaginei que Deus tivesse Nome.”


Conto Publicado na Antologia Tesouros brasileiros, Brasil-Egito Via Cairo- 2011

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