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Vander Christian

Autor: Vander Christian

A Bienal do Livro

5/8/2018 - Ribeirão Preto - SP

 

Está acontecendo a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O evento é maravilhoso para os amantes de Livros, para quem não é também vale a pena dar uma conferida, por isso, quem tiver a oportunidade de ir, vá e aproveite cada segundo desse evento fantástico.

No entanto, uma frase que ouvi, nas diversas palestras da Bienal que assisti até agora, me fez refletir muito sobre a importância de um evento desse tamanho. A frase é simples, mas quando nós começamos a pensar, um turbilhão de sensações, vai nos fazendo refletir sobre muitas coisas que acontecem e depois acabam... Não sabemos o que vem depois. Como vai ser depois da Bienal? Será que vamos ver tantas pessoas procurando livros por aí? Não sei... Sinceramente, tomara que sim!

‘’— Pode ter Bienal do Livro todos os anos, mas se não existir a alfabetização, de nada vai adiantar.’’

Essa é a frase. E que frase. É a mais pura das verdades. A Bienal não vai resolver o problema enorme do analfabetismo do país. Infelizmente, esse problema requer outras medidas.

Quantas pessoas desejam estar na Bienal e não estão lá, pelo fato de não saberem ler. Quantas crianças olham de longe, lá de suas humildes residências, o colorido das páginas surgirem, trazendo junto o vulto negro das letras, para elas ainda sem significado algum.

A alfabetização é tudo. Para as crianças e para os adultos também. Para uma pessoa que não sabe ler, a Bienal do Livro não é fantástica. Para uma pessoa que não sabe ler, esse texto que estou escrevendo não tem importância nenhuma. Para uma pessoa que não sabe ler, pouco importa que hoje acabou de ser lançado mais um livro novo.

Isso tudo é preciso ser dito. Todos precisam entender que o problema é sério. Em algum lugar por aí, alguma criança está longe da escola. Longe do aprendizado. Longe dos livros. Longe da Bienal.

No próximo dia doze, a Bienal do Livro vai acabar. Não vamos deixar que ela acabe... Vamos mantê-la sempre viva nas escolas, nas comunidades, nas aldeias, onde só aparece alguém do governo em época de eleição. Vamos manter sempre a Bienal dentro de nós.  

 

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