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Vander Christian

Autor: Vander Christian

Malandragem

26/8/2018 - Ribeirão Preto - SP

 

Existem pessoas que atingiram o nível extremo de malandragem. Isso acontece porque, em algum momento, disseram que ser malandro é ser esperto. Na minha opinião, são duas coisas completamente diferente. No dicionário, por exemplo, quando pesquisamos o significado da palavra malandro diz: “aquele que vive em busca de prazeres e diversões; quem gosta de viver de modo boêmio, sem trabalhar, na malandragem.” Nota-se que, em nenhum momento, diz a palavra “esperto”. Ou seja, malandragem é algo errado, que não deve ser encorajado. Ser malandro é diferente de ser esperto.

Pois é, tenho um amigo que foi vítima, recentemente, de um malandro, dentro do supermercado, enquanto fazia compras com a esposa. Ele contou que tinha feito quase toda a compra, era o momento de escolher umas poupas de frutas congeladas. Enquanto ele e a esposa olhavam dentro do freezer, simplesmente o carrinho desapareceu. O carrinho estava cheio! Não poderia ter ido muito longe! Mas... Ele não encontrou o carrinho. Algum “esperto” passou a mão!

Claro, ele e a esposa concordaram que vacilaram também, afinal poderiam ter prestado mais atenção no carrinho, contudo, isso não é uma permissão para outra pessoa ir lá e pegar o carrinho cheio de compras! Ainda mais, quando pensamos: o que essa pessoa fez com as compras que estavam no carrinho? Dificilmente uma compra é igual a outra!

É a malandragem no seu auge. Na cidade onde eu moro, por exemplo, existem muitos gatos na energia. Por conta disso, pelo menos uma vez na semana, acontece uma falha na energia no bairro onde eu moro; de repente, você está tomando banho e... Acaba a energia! Trouxa é você que paga a conta de energia, seja qual for o valor. “Esperto”, é  aquele, que fez um gato e está tranquilo no final do mês.

Quando concordamos que malandro é ser um sujeito esperto, sábio, estamos concordando com os pequenos delitos, que na verdade, é um curso preparatório para se tornar um ladrão, pois quem rouba um carrinho de compras das mãos de uma pessoa dentro do supermercado, rouba uma carteira cheia de dinheiro. Quem é “esperto’’e não paga a conta de energia no fim do mês, por conta do gato, pode muito bem se tornar um bandido procurado pela polícia.

A realidade é que, cada vez mais, o ato de roubar vai ganhando outros nomes... Já está quase virando algo bom de se fazer. Se bem que no meio político, roubar já é algo bom de ser feito, já que sempre vai ter alguém dizendo que, o que ele fez, foi pensando no bem do povo.

 

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