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Vander Christian

Autor: Vander Christian

Primeira Vez Na Cidade

24/11/2019 - Ribeirão Preto - SP

Era a primeira vez na cidade grande. Disseram que lá ele conheceria muitas coisas incríveis, poderia até andar naquela máquina gigante, conhecido como trem, que um dia ouviu falar... Então, não dava mais para esperar! Juntou as melhores roupas que tinha e partiu para a cidade.

A selva de pedra o assustou, também, assustava até quem já morava ali... Tinha luzes espalhadas por todos os lados. Os carros corriam em todas as direções, pareciam tentar fugir de alguma coisa. O que poderia ser?

Não encontrou o local onde os trens ficavam. Teve que perguntar. Quem respondeu, parecia debochar de suas vestes e de seu jeito de falar. Assustado, ele caminhou até o local onde os trens estavam. Teve que pagar. O preço era um absurdo, mas, tudo bem, pensou, deve valer a pena. Não valeu. Nunca teve que esperar tanto para ir de um lugar ao outro...

Já no trem, não tinha lugar para sentar. Teve que se equilibrar. Tarefa difícil. Quase impossível. Por fim, conseguiu se manter de pé, mesmo diante de todos os movimentos do vagão. De repente, alguém gritou:

— Fone para o seu celular! Fone de cinco, fone de dez, fone de vinte...

Ele olhou assustado para os lados. Não tinha celular e, portanto, não precisava de um fone! Mas o sujeito gritou com mais ênfase:

— Fone para o seu celular, testo na hora!

Antes que ele pudesse abrir a boca para dizer que não precisava do fone, outro sujeito surgiu gritando:

— Creme para suas mãos, natural, é só chamar que eu levo até o lugar!

Aquilo era um absurdo! Quem eles eram para dizer que, além do fone, suas mãos também estavam precisando de um creme?

Em determinado ponto da viagem, alguém disse que uns policiais estavam dando uma geral nos vagões. O sujeito do fone e o do creme para as mãos, saíram correndo, como o rato corre do gato. Durante a fuga, alguém quis filmar com o celular, mas o aparelho caiu entre o vão do trem e a plataforma. As portas dos vagões se fecharam, o trem seguiu viagem... E o celular?

Ele simplesmente ficou louco com aquilo tudo. Muitos acontecimentos... Chega! Quis voltar no mesmo instante para a sua cidade natal.

Muitas vezes, queremos conhecer algo novo, na esperança de ser belo. No entanto, nem tudo é belo.

 

 

 

 

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Até breve,

 

 

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