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Pedro Fagundes de Borba

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Viver é muito perigoso

31/1/2021 - Ribeirão Preto - SP

Quem vive, sabe dos perigos que existe nisto. O autor desta frase, o Rosa, colocou dentro de um jagunço mineiro letrado que vive realidade concreta enquanto se pensa e se coloca, refletindo o que viveu para seu interlocutor misterioso. Estar vivendo faz as mais diversas sensações e situações, em várias formas, acontecerem. Por passar nelas, se vai vendo a vida, seus perigos e maneiras.

     Vivendo, se percebe e se vai colocando. Isso surge a partir do obscuro e denso fato de se perceber, de ver como as coisas, e quais coisas, estão ocorrendo e se desenrolando, isto é, se formar e se colocar como ser da realidade, parte dela, por ela formado e com ela existindo.

     Os perigos disto vêm então. Começando com equívocos e armadilhas. Os primeiros sendo sempre suscetíveis correspondem aquilo vivo que achamos, mas que não são. Vivendo e vendo com eles, se chega ao que não se é, podendo ir para caminhos ruins, não concretos. Neles, se vive vendo o que não é, a partir de algumas formas que distorcem o real, impedindo que este seja visto e compreendido. Um lado bastante perigoso de se ir, suscetível e muitas vezes originário de armadilhas. Consistem tais armadilhas em seguir estes lados e caminhos, que não tem fundo ou forma, sendo ilusões surgidas que por ali vão.  

      Então, este viver, que é um perceber, vai se constituindo. Paradoxalmente, o equivocado também vive, mas uma vida de armadilhas. Ao longo do viver, se vai percebendo, sempre com os perigos de se estar nisto. Percebe-se também o modificar que causamos no viver, em nós e nos outros, às vezes como manifestação de algo maior, mas fazendo assim a realidade. Então, viver é muito perigoso por se viver enquanto acontece, passar pela vida vendo seus fatos e realidade enquanto coisa, ser que a percebe, uma pessoa viva portanto.

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