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Thales Kroth de Souza

Autor: Thales Kroth de Souza

A força do interior - A música sertaneja

8/8/2021 - Ribeirão Preto - SP

Sempre ouvi dizer que as circunstâncias para a evolução musical estava ao gosto popular. Quem não fizesse sucesso imediato com uma faixa, dificilmente conseguiria manter um sucesso mediano com o passar do tempo caso não caísse no gosto popular. Muitos artistas já tiveram dificuldade com agendamento de shows por não encaixar em suas agendas a simples ideia de simpatia, configuração da representação artística com sua vida pessoal (separação), persistência e foco. Aliás, o início sofrido de muitos representantes da música é comum e os que mais destacam-se são os que se encaixam com a realidade brasileira.

A música é ouvida por conta da força que o povo carrega em realidade e em emoções nas letras, cifras e canções. Para os compositores, são cenários desafiadores diários os quais iniciam uma criatividade da realidade baseada de alguma forma em fatos reais, mesmo que não tenham passado por aquilo que escrevem ou cantam. Eis a beleza da música: interpretação.

Desde a primeira fase da música sertaneja - a música sertaneja caipira ou Sertanejo Raiz - com nome como Tonico e Tinoco que é a principal figura de interpretação e carregam ideias como os artistas sertanejos que mais venderam discos no Brasil e uma das duplas mais importantes do Brasil pela expressão, pela complexidade em um momento que a venda física era de fato a entrega de valor, muitos artistas tinham metas pelas gravadoras, precisavam dos shows para sustentarem a equipe técnica, a si próprios, etc. Eram momentos difíceis, e quem marcava mais garantia sobrevivência para mais gravações.

As transformações são inevitáveis mesmo para quem é tradicional. Uma segunda fase sendo a transição tendo como linha de tempo: em 1947 o primeiro rodeio do país e em 1956 a primeira Festa do Peão de Barretos. Foram momentos criciais para se chegar uma segunda fase influenciada pela adaptação da música e da cultura popular artistas como as Irmãs Galvão, Pena Branca e Xavantinho, Tião Carreiro com o samba e Milionário e José Rico com o sertanejo moderno os quais protagonizaram uma diferença no cenário musical Sertanejo.

Integrantes do segmento nesse período como duplas uma ideia obrigatória para se iniciar no segmento, raridades ver artistas sozinhos com bandas para apresentar-se na região de Goiás, São Paulo, em Minas Gerais ou Mato Grosso do Sul. O regionalismo ainda diferenciava a Música Regionalista das influências que o Samba, Música Nativista e correlatos poderiam categorizar na época. Assim, valsa, guaranias, o samba sertanejo tinha uma conotação artística para o sertanejo.

Foi com a terceira fase conhecida como Sertanejo Romântico que trouxe muito das músicas de artistas internacionais inspirando artistas brasileiros de forma direta na figura de Elvis Presley, principalmente,e na música country como Sérgio Reis, Renato Teixeira, Trio Parada Dura, Chitãozinho e Xororó, João Mineiro e Marciano, Bruno e Marrone, Zezé Di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, Gian e Giovani, Cezar e Paulinho, Rionegro e Solimões, Felipe e Falcão, Roberta Miranda, Matogrosso e Mathias, Rick e Renner, Chrystian e Ralf, As Marcianas, Almir Sater, entre outros. Foi um período de muita oportunidade para repertórios criativos e que trouxessem melodias aconchegadas com letras únicas e importantes.

Se o mergulho no tempo pudessem rever detalhes dessa camada de artista da terceira fase, veria-se uma sequência incrível de vozes, talentos e interpretações de uma música brasileira inédita no país, testada com símbolos jovens. Deixando a Jovem Guarda bem-vista como Sérgio Reis, arriscou-se em um gênero mais propenso ao cowboy e ao sistema de rádios que influenciariam à televisão mais tarde.

Artistas mais antigos adequavam suas carreiras da MPB, blues, modas de viola deixando seus repertórios originais e não perdendo a essência de onde nasceram. Cresciam convites para participações; artistas trocavam figurinhas e brindes em DVDs, gravações, shows. Foi uma época de ouro e muito amadurecimento.

Realmente, nessa terceira fase interpreta-se uma onda crescente popular e simpática para vozes que marcaram o cenário musical e modificaram interpretações de letras, melodias, inspirações para novos compositores e sucessos de trilhas sonoras de novelas, filmes e de muitos casais.

A quarta fase - e última - destaca-se o Sertanejo Universitário nas transferências iniciais como Bruno e Marrone, Edson e Hudson, Jads e Jadson, César Menotti e Fabiano, João Bosco e Vinicius, Victor e Leo, Guilherme e Santiago, Eduardo Costa, Paula Fernandes, para posteriormente começar uma leve transformação para um sertanejo mais moderno e restilizado na Vanera, Vanerão, no Forró, Arrocha, Bachata, Forró Eletrônico nas representações de Cristiano Araújo, Felipe Araújo, Fernando e Sorocaba, Gusttavo Lima, Henrique e Diego, Henrique e Juliano, Jorge e Mateus, Luan Santana, Lucas Lucco, Maiara e Maraisa, Marcos e Belutti, Marília Mendonça, Matheus e Kauan, Michel Teló, Munhoz e Mariano, Naiara Azevedo, Simone e Simaria, Thaeme e Thiago, Thiago Brava, Zé Felipe, Zé Neto e Cristiano, entre outros.

Antes recebiam influências passaram a influenciar jovens, adultos, idosos com composições totalmente modificadas do sertanejo tradicional. Há algumas fontes de produtores musicais que citam o nascimento dessa mistura de ritmos no sertanejo para o Brega de Reginaldo Rossi, Odair José e Roberto Carlos, junto com a Vanera do sul do país - o Tchê Music - do Tchê Barbaridade, Tchê Garotos, Tchê Guri, Os Garotos de Ouro, Grupo Tradição, entre outros, transformando o Maxixe, Baião, Axé com elementos do Sertanejo. Modificando diretamente o Sertanejo Universitário com a moderna e criativa forma de compor e cantar.

Eu, ainda, arrisco a dizer que a quinta fase está em construção. Diretamente de duas linhas do Nordeste e do Sul do país dos artistas ícones nos segmentos Frank Aguiar e Os Atuais que estão hoje no Forró Eletrônico, ou melhor, o Sertanejo Eletrônico, talvez o Piseiro dos Barões da Pisadinha, Wesley Safadão, Aviões do Forró, Xand Avião, Solange Almeida, Conde do Forró, Marcia Fellipe, Vitor Fernandes, entre outros, uma forma de bandinha de metais eletrônicos que recordam ambos artistas. Uma fase que transfigurará novos artistas e trará para artistas já de sucesso uma nova transformação iniciada no gosto popular. É inevitável o cenário musical não se transformar, e cada nova moda criada, seja de riffs de violâo ou batidas diferenciadas dos bailões e shows atuais, os criadores de sucesso captam mais as palavras das redes sociais a própria influência que o rádio, o streaming e a internet carregam em suas energias musicais. É a nova força do interior - a força da música sertaneja.

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