Autor: Thales Kroth de Souza
Com a pandemia de Covid-19, doença provocada pelo vírus SARS-CoV-2, diversas cadeias de suprimentos, de logística, fundos imobiliários, fundos de investimentos e mesmo holding de projetos discutiram como implementação de tecnologias ou intenções de ter que se modernizar ou agilizar tecnologias para funcionarem em outras formas: uso de aplicativo, compras sem contato físico, ideias para meios de pagamento, agilização de marketing, transferência de responsabilidade de protagonistas da direção para o Conselho de Administração como provedora de tomadas de decisão; enfim, muitas discussões sobre como o enfrentamento para os mercados emergentes dariam-se com tecnologia própria ou indicativa para resolver necessidades da empresa, de clientes ou de negócios, aí a criatividade e inovação em tempos difíceis garantem espaços para a visão do gestor e do controladores do negócio para conseguirem uma sobressaída em tempos complexos.
Um dos primeiros afetados é o setor de eventos que tiveram alívios ao longo de 2020 e também em 2021 principalmente com municípios e estados por alguma renda, mas driblar uma crise sem precedentes e inédita no Brasil não foi fácil. Diversas empresas fecharam suas portas literalmente por não haver fluxo de caixa suficiente para arcar com produtos que eram vendidos e serviços que não eram solicitados. Em um contraste com tecnologias, muitas empresas tiveram que investir de um modo forçado para que consiga respirar um pouco. Produtos como commodities tiveram um privilégio no empreendedorismo com agricultores que investiram mais no desenvolvimento de grãos, o Brasil já possui destaque na inovação tecnológica do setor, a questão de como se dará para o futuro vira uma incógnita já que indicadores influenciados principalmente pela inflação, câmbio flutuante alto e impactos diretos por embargos alfandegários podem inteferir uma volta melhor e mais ágil.
O setor de serviços teve uma consequência diferente, apesar de tentar se sobressair com noções sobre agendamentos ou serviços on-demand, diversos consultores de negócios já integralizam uma concorrência mais acirrada para o primeiro semestre de 2021. O Brasil já viu uma guerra de maquininhas para captação de clientes, posteriormente pela captação de investidores, parece que o próximo passo será pela concorrência de serviços diretos. Clientes, mesmo na pandemia cortavam cabelos, usavam serviços de rotina mensais, semanais, mas por agendamento, a tecnologia que vem para aquecer essa nova onda de acesso ao público com pagamentos por aproximação, reconhecimento facial no ato de compras caracterizar como os impactos no mercado se afetarão. Estabelecimentos ainda não estavam prontos para uma tecnologia mais agressiva, todavia com PIX, PIX-Saque, PIX Troco outros estabelecimentos terão se reinventar mais uma vez.
Há pessoas que entendem a abertura gradual de negócios como "novo normal", nos conhecimentos transmitidos entre medidas sanitárias e de segurança para que ocorra alguma normalidade de atendimentos e prestações de serviços, isso não existe, mas comparado quando isso era diferente em medidas adotadas por estados e municípios conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, houve critérios adotados para controlar a doença. A vacinação foi a ferramenta primordial para isso acontecer, e hoje já há cidades que tornaram a não obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos e abertos. Independente de posições políticas para posições de gerenciamento de situações de conflitos, medidas como essa vieram de bom proveito para agilizar ainda mais a volta do comércio, escolas, instituições do terceiro setor, vendas, reuniões, eventos, etc.
O Brasil realizou leilão público para fomento de competitividade da tecnologia 5G. Apesar do mercado possuir poucas empresas, além das conhecidas outras duas conseguiram espaços estratégicos e conseguem um ganho nesse sentido. O Brasil precisa de mais flexibilidade para negócios, apesar também da aprovação da Lei de Liberdade Econômica (L13874/2019) há muitas questões para se discutir, entretanto é através de reformas que o Brasil precisa enfrentar que estão respostas e pontos para discussão, desenvolvimento e para os negócios. Não existe um fórmula pronta para melhorar a economia, produção e consequências disso para o Brasil, mas um trabalho de "formiguinha", através de projetos, discussões realmente.
A reforma administrativa precisa ser aprovada com a diminuição do gasto público, precisa ser equacionada; o pacto federativo também precisa ser aprovado, reduzir o gasto excessivo, melhorar a questão de investimentos; questão da competitividade no mercado brasileiro através de fundos públicos estratégicos; reduzir também gastos obrigatórios, pagamentos, redução do orçamento e da mão "pesada" do estado "para tudo e para todos" em critério econômico, de forma mais consciente e liberal. Sempre através da democracia, do amplo debate para realizar ajustes e aprovações necessárias que o Brasil precisa.
Sim, o Governo Federal não deve intervir no mercado. A aprovação da autonomia do Banco Central é um ponto muito positivo para a gestão atual, todavia mais liberdades em outros pontos do mercado financeiro deve ser realizada. Com certeza pautas como coibir fraudes, crimes financeiros, lavagem de dinheiro, dispositivos na questão de quem usa ou serve de financiamento ao terrorismo ou mesmo falsas identidades, atuação ativa e/ou passiva no mercado financeiro, ferramentas devem ser aprimoradas para que isso não aconteça. O mercado financeiro brasileiro precisa ter o compromisso de atrair investidores e não precisa ser estrangeiros, a própria população pode ser sua provedora através de uma liberdade para que empresas, negócios e outros projetos consigam participar ativamente ou mesmo de maneira passiva através de fundos, ou mesmo fundos controladores, que atraem pequenos investidores. Hoje, são cerca de 4 milhões de investidores no Brasil, sendo 3,5 milhões de pessoas físicas ou menos de 2%, nos Estados Unidos, cerca de 180 milhões de investidores ou 55% da população, essa representação e comparação mostra o quanto ainda temos terreno para conquistar e demonstrar o lugar do Brasil no mundo.
Voltando para a inflação para fechar este capítulo, a inflação medida pelo Governo Federal chamada de IPCA (calculado e estudado pelo IBGE) aponta forte alta (crescimento) a partir de abril até setembro de 2021 no varejo. Como medida, o acumulado de 12 meses em abril de 2021 estava em 6,76%, passando para 8,06% (maio), 8,35% (junho), 8,99% (julho), 9,68% (agosto), 10,25% (setembro) e 10,67% (outubro) mostrando que atravessa um período fortemente atrelado pela flutuação de indicadores como a desvalorização do cãmbio (hoje a R$5,40) em média internacional, com pesos também muitos fortes na habitação, na alimentação e no transporte influenciados pelo consumo das famílias e na questão da exportação com a paridade de preços e o encarecimento de bens e serviços. Outro indicador, esse movido pelo atacado, é o IGP-M (calculado e estudado pela FGV - Fundação Getulio Vargas) o qual chegou a atingir 37,06% em maio de 2021 e agora está em 21,74% (nos últimos 12 meses) também movido pelo encarecimento de commodities. Os indicadores apontam desafios em números para os negócios de bens e serviços conseguirem margens fluentes para a gestão de custos e riscos e superiores aos indicados no geral, vale aí a dica de pesquisar qual a taxa que seu setor avalia para estar acima do mercado e garantir um ganho real se possível nos lucros.
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