COLUNISTAS

Autor: Pedro Fagundes de Borba

Arthur Rimbaud

10/7/2022 - Ribeirão Preto - SP

       O poeta francês é uma das pedras fundamentais da literatura, principalmente da poesia. Naquilo que se tem dentro do poético, do que isso é e traz para quem lê. Porque ali fica presente as ideias mais complexas e difíceis daquilo que é real. E colocar numa veia que permite chegar fundo no que fala, trazendo vários aspectos da vida e nossos.

       Assim, quando os poetas falam algo forte, aquilo está ali registrado com toda sua força, com tudo que está existindo. Somente poesia consegue fazer isso.  E Rimbaud falou de coisas que ninguém mais soube colocar, trazendo pontos sobre o que somos principalmente artistas. Ninguém pode dizer que conhece o sentimento de um artista, qualquer tipo, sem ler Rimbaud.

       Sendo uma agonia complexa, que faz com que fique obcecado por falar e criar coisas a partir da arte e beleza, tal sentimento é muito forte, mas principalmente misterioso e difuso. Nele, há um forte e real aspecto de sofrimento, que acaba condicionando e educando a forma artística, sensibilizando para que se alcance a criação. Que pode ser forte ou suave.

       Em “Uma temporada no inferno”, de Rimbaud, temos uma poetização imensa sobre o contato com a beleza e arte. Ali, fala da agonia, da dor, de como a beleza fechou tudo, tornando-o um escravo, amargo. Tudo que a arte vê e volta por ali passa, sendo um autor que mostra toda dor e agonia, no começo e no final. Vê os outros agoniados, a dor presente e as desgraças da alma artística. Sem coisas ali descritas, não se sabe o que faz o artista, ou ao menos o que ele sente. Assim, a temporada no inferno é o intenso sofrimento, com razão ou não, que quem faz arte passa. Quando não tem motivo, melhor, a agonia fica mais forte.

      Tudo que envolve o ser artístico tem a ver com isso. Uma poesia tão grande que traz tudo isso, garantindo veia lírica e força. Ali, o artista trouxe grandemente a poesia, fazendo com que leitores a vejam. É por isso uma das principais pedras líricas da história, garantindo lugar e mostrando como somos e a maneira como se comporta o universo e sentimentos. Uma figura artística insubstituível.