Autor: Thales Kroth de Souza
O desenvolvimento econômico passa pela escolha política. São diversos ciclos econômicos que os brasileiros viram através das eleições a inflação, crises, protecionismo político, conflito de interesses, corrupção, escândalos, etc. A economia é muito bem sinalizada com os candidatos que apresentam ora risco para se investir no país, ora confiança para reformas, liberdade econômica, liberdade em empreender, etc.
A polarização ficou muito mais nítida com o passado recente, desde as manifestações pelos aumentos de tarifas no transporte. Posteriormente, essas mesmas manifestações foram incentivadas a exercerem a cidadania e o direito de falarem em uma só voz a insatisfação pelos serviços públicos, casos de corrupção, solicitação de enfrentamento aos desvios e mais transparência com decisões políticas.
Será que a população esqueceu as manifestações nos dias 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e 13 de dezembro de 2015 e em 13 de março, 17 de abril e 31 de julho de 2016? As manifestações que superaram as Diretas Já. começaram a exercer papel fundamental na democracia por conta do baixo crescimento econômico, medidas de ajuste fiscal (pedaladas), descaso com o dinheiro público, muita corrupção e a maior importante operação no Brasil? Não foram alguns segundos que fizeram o sangue ficar mais quente ou o brasileiro ver que a noite ficou mais escura, foi a coragem e a esperança por querer melhores gestores, políticos e dias para o país que queria.
Os principais objetivos daquelas manifestações eram o fim da corrupção e ninguém poderia ser contra isso, todavia isso viria com outros pontos como reforma política, prisão dos responsáveis pelo Petrolão e renúncia ou impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT-RS). Com participações que totalizaram 15,258 milhões de pessoas, o verde e amarelo tomava conta de ruas, estradas, avenidas e campos pelo Brasil em diversas cidades.
A insatisfação crescente com a economia, a incapacidade da postulante do poder em geri-la, o sentimento de traição de classes modestas e movimentos sociais, os protestos contra uma economia em crise, aumento dos preços, corrupção e os pedidos de impeachment da presidente esquerdista. "Muitos culpam o governo pelo escandalo de corrupção, que causou colapso da economia local e humilhou o maior país da América Latina" (The Wall Street Journal, 13 de março de 2016)
O Mensalão petista ocorrido em 2005 chegou a R$101,6 milhões em 4 anos pagos por empresas e organizações. O Petrolão, que teve operações de investigação entre março de 2014 a fevereiro de 2021, chegou a R$42,8 bilhões. Crimes e mais crimes de lavagem de dinheiro, sonegação, desvio, corrupções ativa e passiva, formação de quadrilha, gestão fraudulenta, organização criminosa, obstrução da justiça, operação fraudulenta de câmbio, recebimento de vantagem indevida, uso de cargo com desvio de função, tantos outros crimes tipificados em lei vieram à tona e mostraram nossas vergonhas. Neste último escândalo foram 80 fases em operação, 60 fases em desdobramento, 13 fases no exterior e investigações em 17 países. Nesse passado nada honroso, a vergonha não pode ser passada com a peneira e nem a amnésia pode prevalecer.
Em 2010, com o primeiro Governo Dilma, a economia avançou 7,5%. Em 2011 com 4% e em 2012 com 1,9%, ainda estava confiante com a máquina pública sendo inchada. Em 2013 o avanço do PIB em 3% e em 2014 em 0,5%, não ficaram despercebidos. As eleições de 2014 ficaram marcadas por ser uma das mais acirradas da história eleitoral brasileira. Em 2015 (-3,5%) e 2016 (-3,3%) foram um dos piores da economia recente. A Operação Lava Jato estava a todo vapor e o Brasil precisava se reposicionar economicamente. Veio o impeachment e o Governo Temer. Em 2017, com uma economia de 1,3% de crescimento, o país começou a ter um novo projeto para seu futuro.
As eleições de 2018 protagonizaram o início do Governo Bolsonaro. Repete-se uma economia que engatinha com crescimento leves de 1,3%, em 2019 (1,1) e aí vem a pandemia provocada pelo vírus SarS-CoV-2. A máquina pública precisa dar um jeito para não perder-se no trilho e voltarmos ao crescimento. Ainda assim, fecha o ano de 2020 com 2,17% e os anos seguintes de 2021 (2,5%) e o corrente ano de 2022(2,5%) mostram-nos que os investimentos querem crescer melhor e com confiança. A resposta foi dada nas urnas no último domingo, 02 de outubro, com os resultados, as três legendas do Centrão, que compõem a base aliada de Bolsonaro — PL, PP e Republicanos —, conseguiram fazer 187 deputados federais e 23 senadores (Correio Braziliense, outubro de 2022) e criam um fenômeno chamado de Bolsonarismo.
A décima economia do planeta mostra amadurecimento para a confiança em investimentos com o Governo Bolsonaro e aposta em reformas, principalmente pela formação técnica ministerial, o mercado brasileiro mostrou essa aposta com a recente alta de 5,54% na máxima 116,134 pontos um dia após as eleições e o dólar recuou em 4,09% a maior valorização desde 06 de abril de 2020 e o dólar voltou a ser negociado abaixo de R$5,20. Ações como da Gol (GOLL4: 12,54%), Azul (AZUL4: 11,35%), Petrobrás (PETR3: 8,8% e PETR4: 7,9%) foram as maiores altas do dia 03 de outubro.
Mas como os investimentos são afetados pela escolha do voto? O "risco Lula" existe? Será que a regulamentação dos meios de comunicação, tornar o Estado uma mão pesada para fornecer bastante dinheiro igual ao passado endividando o Estado, aceitar o "toma lá da cá" como meio político colocando partidos aliados em ministérios, "chover picanha", etc. São diversos pontos que não são interessantes para a sociedade e alguns podem atrapalhar a recuperação econômica provocada pela crise de representatividade e financeira com os casos de corrupção do governo petista. Realmente, é no voto que a população pode rever se deseja correr riscos nesse sentido, é na coerência de desejar dias melhores que a população vai às urnas e, mesmo que se a população desejar a volta do PT, é uma total incoerência com a eleição das candidaturas de Governadores, nas Assembleias Legislativas, Câmara e Senado. Então, só dia 30 de outubro quando os eleitores brasileiros irão ao encontro dos teclados que saberemos o que a maioria quer.
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