Autor: Thales Kroth de Souza
O Índice de Confiança Empresarial subiu para 101,5 pontos em setembro de 2022 e alcançou maior nível desde agosto de 2021, segundo dados da FGV. Este Índice reúne dados sobre os setores de Indústria, Serviços, Comércio e Construção e tem pesos proporcionais à economia sobre os setores investigadores através do IBGE. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) cresceu em setembro para 102,0 pontos, maior nível desde junho de 2013. O Índice de Expectativas (IE-E) alcança 100,1 pontos, maior nível desde outubro de 2021. As informações do ICE reune 3.975 empresas dos quatro setores entre 01 e 27 de setebro (UOL/Estadão, 03 de outubro de 2022).
Estes indicadores já poderiam ser suficientes para mostrar a todos o ambiente de negócios que o Brasil está vivendo, principalmente a investidores estrangeiros, locais e regionais que visualizam pela rotina ou pelos eventos como os negócios estão acontecendo mais rápido e com retomada para alcançar nova onda de crescimento. Diferente do mundo que vive uma inflação galopante por conta das tensões da Guerra na Ucrânia após a Rússia mover forças para regiões ucranianas e invadila em fevereiro de 2022 e declarar abertamente interesse em controlar posições estratégicas em seu território. Isso fez cresceu uma onda de represálias em diversos países no mundo pelos insumos, negócios, pessoas e processos envolvendo o país euro-asiático.
A inflação é apenas uma parte do cenário que a situação global vive hoje. O Brasil teve a sexta menor inflação do G20 em 2022. O índice oficial utilizado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e está em 4,3923% no acumulado em 2022 e teve três deflações seguidas recentemente: em julho (-0,68%), agosto (-0,36%) e setembro (-0,29%) com boa atuação governamental econômica. A taxa de inflação brasileira foi menor que da União Europeia, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos e França, e só a China (1,6%), Arábia Saudita (2,6%), Japão (2,8%), Indonésia (3,6%) e Coreia do Sul (4,4%) possuem índices menores. Ainda, os maiores do G20 são da Argentina (56,5%), Turquia (47,8%), Austrália (10,5%), Rússia (10,5), África do Sul (7,6%) e União Europeia (7,6). (Austin Rating, outubro de 2022, comparação entre janeiro a agosto de 2022)
Se o olhar nos negócios for as transações financeiras, o volume sem papel moeda deve alcançar crescimento de cerca de 142,7% entre 2020 e 2030, consolidando meios de pagamentos, segundo pesquisa da PwC. A expectativa de crescimento é de 1.117%. Em março de 2022, o PIX superou em número as transações feitas por cartões e oscila em outros meses no maior uso. Em nove meses de existência, PIX Saque e PIX Troco já movimentaram R$ 240 milhões em 1.848.485 transações segundo o Banco Central. O PIX ocupa hoje a vice-liderança dos meios mais utilizados para realizar pagamentos, só atrás de cartões, todavia há de se crer que será o meio consolidado mais utilizado em breve.
Enquanto o crescimento de bancos digitais e fintechs também ganham força como o PicPay, Mercado Pago, PagSeguro, Nubank e outros, nota-se que o Real Digital será um outro divisor de águas pelo uso mais inovador de tecnologias, processamentos e interesse de outras instituições pelo aperfeiçoamento de serviços e produtos bancários. É o consumidor que ganham mais vantagem, são negócios que possuem mais oportunidades e o mercado que gera mais valor para o cliente, e os clientes para o negócio o qual retorna em criação de valor para o acionista. Nesse ciclo vicioso onde o jogo de negócios se insere, quem adapta-se mais rápido e adota um comportamento mais diruptivo para sua administração estratégica, maximiza valor.
E nessa forma que vai se constituindo o ambiente de negócios do Brasil, a rodada empresarial de pequenas e microempresas que ganham relevância em políticas públicas governamentais. A Caixa Econômica Federal em parceria com o SEBRAE lançou a linha de crédito de R$ 1 bilhão para microeempreendedoras ou mulheres MEIs (CEF, 17 de outubro de 2022). Na iniciativa Caixa Pra Elas Empreendedoras a qual visa apoiar as empreendedoras em todas as fases do negócio, apresenta que o ticket médio de cada linha será de R$ 1 mil e também houve liberação de R$ 1,8 bilhão para 700 mil beneficiários do Auxílio Brasil e do Benefício de Prestação Continuada (BPC), com ticket médio de R$ 2.600,00, segundo Daniella Marques, diretora presidente da CEF, com linhas mais customizada para gerar e apoiar pessoas para retomar econômica.
O Sicredi financiou em 2021 mais de R$ 137 milhões na linha do PRONAMPE para mais de 1,8 mil empresas; o Programa Sicredi Raízes RS/SC/MG liberou entre julho e setembro de 2022 mais de R$ 236 milhoes para o agronegócio, pelo Plano Safra; com autorização do Banco Central, o próprio SEBRAE constitui uma sociedade de crédito direto (SCD) com capital inicial de R$ 600 milhões. Será a primeria vez que o SEBRAE atuará diretamente na concessão de crédito. Similar a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) Possui a ACCrédito, criada em 2020, com capital de R$ 50 milhões, e hoje está em R$ 75 milhões; etc.
Ou seja, o cenário macroeconômico brasileiro possui condições para gerar grandes avanços em formar parcerias empresariais, e se não faltam recursos, nem condições, a liberdade econômica precisa ser mais aprimorada para que outros players encontram-se e fomentam pesquisas, estudos, estratégias, vendas e operações comerciais. Aí são novos outros "quinhentos" para a décima economia do mundo (Austin Rating, 2022) continuar avançando para posições mais relevantes.
E, novamente, pode se escrever sempre sem medo nem vergonha: o Governo Federal nada produz, quem produz são pessoas e empresas. O Governo nasceu para ajudar pessoas a resolver seus problemas, todavia sem atrapalhar o empreendedor de produzir. O Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 8,7 trilhões (2021) é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos pelos brasileiros. Então, exija mais liberdade econômica, financeira e de direitos para que a criação de negócios ocorra como acontece com os países com maiores liberdade de se fazer negócios. Mais Brasil e menos Brasília.
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