Autor: Thales Kroth de Souza
A partida entre Corinthias e Grêmio foi um espetáculo à parte para o torcedor. Com as lindas festas das torcidas, os momentos diferentes entre as duas equipes, de um lado um tricolor gaúcho que está mirante as primeiras posições do campeonato e do outro um Timão paulista que quer regularidade para uma ascensão que os leve para melhores posições da tabela e se afastar da zona do perigo de classificação à série B. Com essas considerações, desenha-se uma linda partida com quatro gols para cada lado, muitos ataques, construção de jogadas para os paulistas, ataques mais diretos dos gaúchos e série de dribles e de superações muito interessantes. Foram diversos protagonistas.
A controvérsia no duelo foi um pequeno entrave que chegou ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva. Não ficou barato, e o árbitro Wilton Pereira Sampaio (GO) foi convidado para participar de audiência pública na Comissão do Esporte do Senado Federal, em Brasília, para dar seu depoimento e visão sobre a decisão do não pênalti, assim como o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues e o presidente da Comissão de Arbitragem Wilson Luiz Seneme.
O lance ocorreu quando o jogador Ferreira, do Grêmio, tenta levantar a bola na área, mas a bola bate na mão de Yuri Alberto do Corinthias, dentro da área. O placar estava empatado e a penalidade poderia dar uma terceira virada no jogo com vitória ao Grêmio FBPA. O responsável pela arbitragem de vídeo (VAR), Emerson de Almeida Ferreira (MG), interpretou a revisão do lance que não deveria chamar o árbitro de campo para também visualizar. Na terça-feira (19), a CBF admitiu o erro e que o pênalti deveria ter sido marcado. A organização afastou Wilon e toda a equipe do VAR por tempo indeterminado e disse que todos passarão por um processo de reciclagem.
Wilton Pereira Sampaio foi eleito o melhor árbitro do Campeonato Brasil de 2012 e já apitou importantes competições como nas finais da Copa do Brasil de 2012, 2019 e 2022, e na Copa do Mundo FIFA de 2018 por quatro partidas, nas fase de grupo, oitavas e quartas de final. O professor de educação física e árbitro FIFA teve 23 atuações em 2023. No quadro da FIFA desde 2013, possui uma sequência de polêmicas em sua trajetória profissional como juiz de futebol:
Essas e outras polêmicas discutíveis podem ser apontadas, fazendo com que a percepção de desconfiança para a arbitragem brasileira seja factual e verídica, pois não se sabe a decisão razoável de marcação de falta, pênalti ou observação sobre um lance individual, um árbitro pode ter uma interpretação diferente dos demais, o que fragiliza a sequência de trabalho do juiz e de suas observações sequenciais.
O VAR tem por objetivo ajudar o árbitro do campo a tomar decisão em lances considerados duvidosos. De acordo com a FIFA, ele pode ser utilizado somente em lances decisivos do jogo que não ficaram claros para o árbitro e seus assistentes. O VAR não nasceu para demorar cinco minutos ou mais para um lance de interpretação equivocada para para não ocorrer erros ou problemas de marcação. O juiz precisa validar seu trabalho com treinamento, atualização e preparo físico para acompanhar as principais jogadas, bem como contar com o VAR como ferramenta na sua tomada de decisão, assim, o VAR existe para facilitar o trabalho do juiz em campo.
Deixa-se a observação que não sou contra o trabalho do árbitro Sampaio, pelo contrário, admiro quando seu reconhecimento chegou à decisão da FIFA de nomeá-lo para partidas da principal competição do esporte futebol que é a Copa do Mundo. O problema são algumas decisões que deixam a desejar a segurança do quadro de árbitros, fazendo com que todos sejam vistos de forma diferente que é o que a FIFA não prioriza, ela prega pela razoabilidade das decisões, efetividade e trabalho profissional. Como pessoa pública, é comum a criticidade ou comentário por uma ou outra decisão, todavia quando há a não marcação de um lance que deveria ser marcado ou quando não deveria marcar e ele marca, prejudicando o resultado prévio ou final da partida, prejudicando a imagem da organização a qual ele trabalha, assim como o VAR que tem também a mesma responsabilidade e poder de atuação.
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