Conexão Brasil-Cabo Verde: escritores do país africano defendem a riqueza de nossa língua

22/5/2014 - Ribeirão Preto - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto


A Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, em sua 14ª edição, cruzou o Oceano Atlântico e trouxe um pouco de literatura e cultura diretamente de Cabo Verde, na África. Os escritores Danny Spinola, Corsino Fortes, Fátima Bettencourt, Manuel Brito e Vera Duarte participam de eventos no Theatro Pedro II e na Biblioteca Padre Euclides.

Danny Spinola revelou que há muita coisa em comum entre Brasil e Cabo Verde, assim como o Brasil devolve a Cabo Verde diversas ideias modificadas. "Existe muito interinfluência, principalmente na literatura e na música. Em relação ao clima, lá é bem parecido com o Nordeste, tanto no clima, quanto na culinária. Nós usamos muito o milho nos nossos pratos", explicou ele.

O escritor, que também é artista plástico e jornalista, se posicionou em relação ao mundo globalizado. Para ele, a globalização atingiu os jovens em cheio, principalmente com a música. Danny ainda destacou que há educação e ensino para balancear as coisas, mas pondera dizendo que a leitura tem, sim, perdido espaço entre a juventude.

Sobre a Feira do Livro, Danny é certeiro: "É fundamental levar isso ao jovem. Fazer eles sentirem esse desejo pelos livros. Os jovens que encontramos aqui demonstram todo esse interesse", afirmou.

"Nossa presença aqui é demonstrativa, no sentido em que essa relação Brasil-Cabo Verde só pode gerar coisas boas. O que recebemos aqui é impensável", salientou Corsino Fortes, que também é poeta. Ele também afirma que a ligação entre países com a mesma língua deveria ser livre, devido ao grande conhecimento que tudo isso poderia gerar.

"É um desperdício deixarmos oportunidades como esta passar despercebido. Temos a mesma língua, assim, a ligação entre nós deveria ser maior", sugeriu.

O livro em si foi lembrado também, mas Corsino diz, infelizmente, que o mesmo é cuidado como uma mercadoria qualquer. O escritor cita que em Cabo Verde os jovens ainda cultivam literatura e tentam salvar parte disso. Sobre globalização, ele contrapõe afirmando que tem "globalizantes e globalizadores", relação que é dominada pelo consumo.

Spinola se diz honrado em participar da Feira Nacional do Livro. Para ele, há uma sintonia muito grande, principalmente por causa das histórias dos países, que são parecidas. "Tivemos a oportunidade de conhecer mais da realidade brasileira, seus costumes e suas tradições. Queríamos estar aqui e encontramos em cada um que assistiu nossas conferências, a mesma vontade. As trocas de ideias foram valiosas", completou.

Para Corsino, há uma pátria em comum entre as nações que falam o português. "Essa ligação entre as línguas deveria ser mais aproveitada. O português é uma grande língua e há países que nossos jovens podem explorar sem se preocupar. Nós chegamos aqui e nos sentimos em casa e nossos jovens também podem fazer isso", concluiu o poeta.

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