Cartunistas lotam o Meira e dizem que trabalharam dez anos de graça

22/6/2015 - Ribeirão Preto - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Ribeirão Preto

“Fizemos adaptações de clássicos porque fomos convidados, mas gostamos mesmo de fazer história original”, confessou Gabriel Bá, cartunista que, junto com o irmão gêmeo Fábio Moon, adaptou os livros “O Alienista”, uma obra de Machado de Assis, e “Dois Irmãos”, romance de Milton Hatoum. Com as adaptações, a dupla foi premiada no Brasil, na França, nos EUA e no Reino Unido. Gabriel e Fábio protagonizaram Salão de Ideias na 15ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, na manhã deste sábado, 20 de junho. Durante uma hora e meia a dupla interagiu com a plateia que lotou o Salão Meira Júnior, do Theatro Pedro II.

Bastante tímidos, os cartunistas, falaram do trabalho, da rotina, de como se tornaram conhecidos, sempre respondendo a perguntas do público. “Trabalhamos fazendo quadrinhos por dez anos de graça. A gente fazia e distribuía. Nós participávamos de eventos de HQ no Brasil e no exterior. Queríamos mostrar nosso trabalho. Depois de dez anos viajando para o exterior, com dinheiro de economias, as oportunidades foram aparecendo. Mas nunca pensamos em desistir e, por isso, hoje estamos aqui”, respondeu Fábio.

Os gêmeos admitiram que os trabalhos de adaptação de livros são feitos a convite das editoras, mas ressaltaram que essas adaptações têm aspectos positivos. “Aceitamos fazer por entender que seria bom para nós e também para os quadrinhos. Uma pessoa acostumada a ler clássicos, dificilmente acessaria um quadrinho, mas quando ele vê Machado de Assis no quadrinho, isso vai lhe chamar a atenção”, destacou Gabriel.

Célia Regina Felipe, que trouxe o filho para conhecer a dupla, também concorda que a adaptação de clássicos estimula os jovens a ter curiosidade pela literatura. “Essa tendência de transformar os clássicos em gibis é muito boa. Acredito que isso leva os mais jovens a se interessar pela literatura”.

De acordo com os gêmeos, a produção de quadrinho pode ser muito demorada. “O livro “O Alienista”, por exemplo, levou quatro anos para ficar pronto”, justificou Fábio, explicando que os trabalhos mais rápidos são as tiras, que podem levar de duas horas a um dia inteiro para ficar pronta. Já os gibis podem ser feitos em um mês. Dependendo da ideia, um fanzine também pode ser feito em pouco tempo. “O mais difícil é ter a ideia e colocar no roteiro”, afirmou Fábio.

Questionados sobre a adaptação de quadrinhos para o cinema, os irmãos contaram que assistem, mas enfatizaram que gostam mesmo do HQ. “O importante é fazer um bom filme, com uma boa história. As adaptações acontecem, principalmente, porque o cinema precisa de histórias. O cinema também adapta livros. Eles precisam de histórias e, se não tiver uma historia original, a adaptação de boas histórias serão feitas”, considerou Gabriel, acrescentando que o cartunista não deve desenhar só pensando em suas histórias irem para o cinema.

Márcio Aparecido Ribeiro, fã dos gêmeos, participou do Salão e Ideias e gostou do que ouviu. “Eu sou fã da dupla há muito tempo. Aprovei tudo que eles falaram. Esse tipo de contato dos autores com o publico é muito aproveitável, tanto paro o autor, quando para seu público”, disse Márcio, elogiando os organizadores da Feira do Livro pela iniciativa.

A programação completa, com todos os horários das atividades da 15ª Feira Nacional do Livro, está no hotsite www.feiradolivrorp.com.br e também no aplicativo disponível para as plataformas IOS e Android.

Quem quiser folhear virtualmente a revista da programação tem essa opção no sitehttp://issuu.com/fundacaofeiradolivro.

A 15ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto tem patrocínio do BNDES, Bradesco, Banco do Brasil, Gás Brasiliano, Arteris, Petrobras e Savegnago.

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