Pandemia gerou perda equivalente a 11 milhões de empregos no Brasil

2/2/2021 - Ribeirão Preto - SP

A pandemia de coronavírus gerou a perda do equivalente a 11 milhões de postos de trabalho no Brasil, indica a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Os dados estão presentes em seu informe anual, divulgado nesta segunda-feira (25), que será usado para debate durante o Fórum Econômico Mundial de Davos.

“O continente americano é a região mais afetada pela crise do coronavírus, registrando uma perda total de 13,7% em termos de horas de trabalho durante 2020”, informa o relatório.

Aqui no Brasil , a perda de horas de trabalho foi de 15% ao longo do ano, o que seria o equivalente a 11,1 milhões de postos de trabalho. Esse é o quarto maior valor bruto em todo o mundo.

O número de horas de trabalho perdidas pela pandemia incluem as pessoas que foram demitidas, as que abandonaram o mercado de trabalho e as que tiveram suas cargas de trabalho reduzidas.

Os dados da OIT mostram que o tombo no Brasil foi quase o dobro do registrado mundialmente. Se por aqui se perdeu 15% dos empregos, no mundo essa taxa foi de 8,8%.

Globalmente, essa taxa representa 255 milhões de empregos em tempo integral, fazendo com que a crise econômica causada pela pandemia seja a pior desde os anos 1930.

Renda também caiu
Além de perder postos de trabalho, o Brasil também teve perda de renda do trabalhador acima da média global. Por aqui, o declínio na renda do trabalho foi de 21% no segundo trimestre de 2020. No mundo, essa taxa foi de 8,3% – o equivalente a US$ 3,7 trilhões ou 4,4% do PIB – Produto Interno Bruto Global.

No Brasil, os trabalhadores de baixa e média qualificação viram suas rendas caírem mais (28%) do que os mais qualificados (17,9%). “Isso em parte reflete o maior escopo de teletrabalho entre os trabalhadores altamente qualificados. Os trabalhadores em ocupações de média qualificação (administrativos, de serviços e de vendas, agrícolas, artesanais e afins, e trabalhadores de máquinas e instalações) e de baixa qualificação sofreram perdas comparativamente maiores na renda do trabalho pós-suporte do que os trabalhadores altamente qualificados”, explicou a OIT.

A diferença também é existente quando o assunto é gênero . No país, as mulheres sofreram maiores perdas na renda do trabalho (22%) do que os homens (20%).

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