assessoria de imprensa
Muitas vezes os artistas perseguem um sonho. Poucas vezes ocorre o inverso - o sonho é que persegue o artista. Isso aconteceu com Henrique e Diego, que lançam o terceiro trabalho, o CD e DVD “Ao Vivo em Campo Grande”. Todos os fatores colaboraram para que chegassem neste 2013 com hits e cercados de ícones pop brasileiros, como Gusttavo Lima (que participa da gravação) e do jogador de futebol Neymar.
O roteiro até a gravação numa lotada casa de shows sul-mato-grossense parece de cinema.
Os dois nasceram em Cuiabá. Henrique cantava e tocava na igreja e em conjuntos de baile, todos os estilos, de reggae e axé passando por sertanejo, claro. Diego seguia carreira paralela em diversos grupos, e foi num conjunto de pagode que seus caminhos cruzaram.
Viram depois de um tempo que apesar de gostarem de pagode, não estava realmente na trilha deles o gênero. Apesar de manterem resquícios deste na música que fazem até hoje. Decidiram montar uma dupla e começaram a tocar todas as quintas e sextas-feiras em bar de faculdade. De tudo. Mas da pegada sertaneja saltou a fagulha.
Armaram mala, cuia, microfone e violão e mudaram para Curitiba, onde passaram cinco anos e fizeram o nome no Sul do país – média de 150 shows por ano, sendo que muitas vezes em rotina de tocarem quarta-feira em Maringá, quinta em Londrina e sexta em Curitiba. Todas as semanas.
Toda essa sola gasta em palco e viagens e apresentações lhes credenciou para o primeiro trabalho, em 2009. Pouco depois, no começo de 2010, já armaram segundo disco. E pouco antes de chegarem a este “Ao Vivo...”, foram convidados para tocar no aniversário do jogador Neymar. O resto é história, com participação do atleta no clipe da música feita em sua homenagem e explosão nacional.
Você percebe a dimensão que a dupla alcançou logo na abertura da apresentação – um show de luzes, uma banda mais que azeitada e produção primorosa estendem o tapete para que entrem ao palco e sapequem duas pancadas de agito de cara, “5 Horas da Manhã” e “Safadin”. A primeira parece até um grande refrão, de tão grudenta. Já a segunda é encharcada de forró.
Uma das armas da dupla é a boa mão na composição de baladas românticas sertanejas como “Desse Amor me Cansei” e “Vira o Jogo”. O resquício pagode da dupla aparece em “Te Levar pro Céu”, e um pouco em “Se Não Lembro Eu Não Fiz”, onde Diego arrisca até pandeiro.
A casa vem abaixo com o hit “Zuar e Beber” e com a presença de Gusttavo Lima nas duas seguintes, a romântica “Vou me Entregar” e a agitada “Festa Boa”, eleita primeiro single do álbum.
“Com Você” é praticamente levada no vocal privilegiado dos dois, e o sertanejo fica mais puro em “Oh Delícia” e “Me Liga/Coração Sem Noção”. Mais uma balada, “Cem Mil Vidas”, antes do retorno à festa com “Solteiro é Todo Dia” e “Ressaca de Amor Passa”, que faz a plateia toda pular.
Entra em clima romântico o show, Diego pega o violão e cantam “Vai Doer”, “Sei que Vai Voltar” e “Indecisão”.
É a hora do segundo e terceiro convidados da noitada, Humberto e Ronaldo, que levam em quatro vozes a aforrozada “Segunda Via”.
O clima fica emocionante com a bela “Mãe”, conduzida em voz e piano, que emenda com a romântica “Te Esquecer Jamais”.
Dança? Temos a melhor recente no país, criada por Neymar para a música que o homenageia, “É Tudo Toiss” – uma brincadeira com expressão que o jogador usa, subvertendo o “é tudo nosso” com o popularesco “é nóis”.
Matheus e Kauan sobem ao palco também para se juntar à dupla em “As Coisas Vão e Vem”, retomando agito depois da balada “Na Hora Errada”. E a apresentação entra com o pé lá embaixo no acelerador na reta final – “Paty melhorada” tem toque de pagode e Diego no cavaquinho, e a chave final é o pout pourri “Copinho Descartável/Te Peço Volta/Devassa/Abandonei”.
Dá ou não um filme? Melhor é que já deu.